Brena Souza e
Taiza Felisberto
Foto: Arquivo pessoal
De acordo com uma
pesquisa realizada pela empresa Hello Research, 86% dos nordestinos são
favoráveis à redução da maioridade penal de 18 para 16 anos. A pesquisa foi
realizada em junho deste ano com mais de mil pessoas acima de 16 anos, em 70
cidades de todas as regiões do país. O nordeste foi o mais favorável à medida.
Mas em Juazeiro (BA) e Petrolina (PE) a temática ainda divide opiniões.
A proposta voltada para
os menores infratores faz parte dos assuntos políticos mais discutidos durante este
ano de 2015. Por ser um assunto polêmico e ainda sem resolução legal, a
proposta traz dois pontos de vista: contra e a favor. Em Juazeiro (BA) e
Petrolina (PE) pessoas de diferentes segmentos sociais falaram sobre o tema.
O Pe. Raimundo Jorge de Souza é reitor do
Seminário de Teologia São Francisco das Chagas,
em Feira de Santana (BA), e já realizou várias
palestras sobre a temática em Juazeiro. Para ele a redução representa o
agravamento do extermínio da juventude no Brasil. “Reconhecemos que os
adolescentes são mais vítimas do que autores da violência, que o principal
problema não é falta de punição, mas de famílias estruturadas e escolas com
ensino de qualidade”, defende.
Pe. Raimundo Jorge de Souza é contrário a redução da maioridade penal |
Já o estudante Jorge Leandro Evangelista,24,
ratifica o resultado da pesquisa. “A partir do momento que ele faz o mesmo que
um jovem de 18, por influência ou por qualquer outro motivo, faz sabendo o que
está fazendo. Então pode ser punido da mesma forma”, explica.
O aposentado Valdo Dias
, 60, é favorável a redução e acredita que os menores agem dessa forma pela
certeza da impunidade. “Sabem que fazendo o que fazem, não vai acontecer nada
com eles, porque são protegidos pelas leis. Sou
a favor porque os chefes do crime usam os menores. Então, cada vez mais cedo
eles entrarão no mercado do crime, muito antes dos 16. Ainda acho que 16 é
muito, deveria ser 12”, defende.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que
reduz de 18 para 16 anos a idade penal para crimes hediondos, homicídio doloso
e lesão corporal seguida de morte, foi colocada em votação pela Câmara dos
Deputados no dia 2 de julho e para virar lei precisa passar mais uma vez pela
Casa Civil e por dois turnos no Senado Federal.
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