Texto: Augusto Jackson e Taiza Felisberto
Fotos: Clau Marques
O
jornalista e secretário de comunicação da prefeitura de Juazeiro, Fernando
Veloso, fala sobre as projetos de trabalhos, relatos da sua vida e carreira
profissional entre outros assuntos
envolvendo políticas. Veloso atua a mais
de 30 anos na área de comunicação social, passando por vários veículos de
comunicação como Diário de Pernambuco, além de possuir experiência na área de
publicidade e propaganda.
Veja na entrevista a seguir, concedida para a
terceira versão do Mídia@uneb, da Universidade do Estado da Bahia, no campus de
Juazeiro, organizado pelos alunos do curso de Jornalismo em Multimeios e
coordenado pela professora Teresa Leonel. O Mídia@uneb tem um formato que imita
o programa Roda Viva, da TV Cultura, com a proposta de colocar em prática o que
os alunos aprendem na teoria, desenvolvidas nas disciplina de Jornalismo Online
e Administração de Empresa Jornalística.
P-
Você como
jornalista/assessor, em algum momento teve que manipular ou esconder, algum
tipo de informação?
R- Algo que você divulga ou não divulga dentro da
visão de governo é preciso que você com experiência consiga pesar isso, e até contribuir
com outras pessoas, que as vezes tem pouca experiência, e mostra que as vezes é
mais vantagem você divulgar, tratar sem escândalos do que você esconder a
verdade. “Dizei a verdade e ela vos transformará” é a frase celebre de São
Tomás de Aquino. Não há porque esconder,
depois ela surgi e vai te punir duas vezes.
P-
Como você enxerga a impressa brasileira atualmente? Você acredita que ela é
ética?
R-
A nossa imprensa tem melhorado muito, eu tenho constado isso. quando eu
estagiei nos anos. Quando eu era estagiário nos anos 80 era uma “desgraça” a
corrupção na redação, era como na politica hoje. Havia uma coisa de corrupção,
eu diria que até despudorada nas redações. O que melhorou muito, e deve-se isso
as universidades. De modo geral eu considero que os órgãos de imprensa tem
feito uma boa cobertura.
P-Você
não acha a imprensa hoje trabalha de uma forma padronizada, os veículos
abordando sempre o mesmo assunto, da mesma maneira? -
R-
A imprensa mundial tem uma grande diferença da nossa que é o que chamamos de
oficialismo, os países existem sem que o objeto central da cobertura seja o
governo nas suas esferas. Aqui a imprensa fica a esperar o bom ou ruim que saia
do governo, se hoje acaba o governo no Brasil amanhã acaba imprensa. A uma
fixação psicológica nesse ente chamado governo que nivela todo mundo.
P-
Qual perfil profissional vocês procuram para atuar nessa área de politica?
R-
A gente procura montar equipes com pessoas que conheçam tecnicamente o que
precisamos fazer, que tenha experiência no processo de campanhas. Precisa-se de
uma pessoa pronta e que passa obviamente por uma analise de confiança, pois se
trata de algo estratégico e absolutamente decisivo para uma campanha que é a
comunicação. E na politica a comunicação é tudo absolutamente tudo.
P-
Com os avanços tecnológicos outros meios foram surgindo, a exemplo dos blogs,
como é a relação da prefeitura com esses novos meios de comunicação?
R-
Nós procuramos profissionalizar os dois lados, tanto do ponto de vista
noticioso como no comercial. É preciso fazer um esforço pra que elas não se
confundam nem na perspectiva da empresa nem do governo. Tratando de forma
igualitária e cadastrando a todos e enviamos todo o material de forma a não descriminar
ninguém. Os princípios são profissionalização e seriedade nessa relação.
P-
Você já teve algum problema com blogs da região, no que diz respeito a
informações publicadas de forma distorcida?
R-
Divergências sempre há, e vai haver todos os dias. A abordagem é o fundamental,
quando achamos necessários nós vamos sentar conversar de forma madura, fazer a
minha “choradeira”. Tudo de forma profissional, como se dá naturalmente entre o
governo e a imprensa.
P-
Nesse contexto de manter um dialogo maduro e igualitário com as mídias, um
episodio de grande repercussão aqui na região foi a dois anos, quando você
discutiu com um estudante de jornalismo Danilo, no Blog do Geraldo José. Como
você diz que trata todos de maneira igualitária e tratou Danilo de forma inferior
pelo fato dele ser estudante?
R-
O que eu disse foi que lidar com números era difícil, o rapaz era um estudante
não ouviu um
especialista e fez uma leitura contraria dos dados puxando a
cidade para baixo, a internet é para o mundo e a pessoa tem responsabilidade
pelo que publica. Nós mostramos uma pesquisa falando sobre os avanços e ele leu
ao contrario dizendo que aqui era o pior lugar para se viver. A questão é: quem
não quer se molhar não saí na chuva. Entra no debate atacando vai receber a resposta
no mesmo tom.