Por
Lucas Sobreira e Christyanne Caldas
Todos
os dias são depositados no rio São Francisco mais de 500 mil metros cúbicos de
esgoto, tanto em Petrolina(PE) quanto em Juazeiro(BA). É
visível, para quem atravessa o rio diariamente o aumento das
baronesas, uma planta que se reproduz em água suja. As margens das
cidades, duas empresas jogam dejetos no Velho Chico: a Companhia
pernambucana de saneamento (Compesa) no lado pernambucano, e o Serviço Autônomo
de Água e Esgoto de Juazeiro (SAAE), do lado baiano.
A
promotora do meio ambiente de Petrolina, Ana Rúbia, explica que há mais de
13 anos luta contra o esgoto jogado no rio pela Compesa. “Nós levamos dois anos
investigando a Compesa, que coletava e ainda coleta todos os esgotos em
Petrolina. Toda a bacia central de Petrolina dos esgotos é coletada pela
Compesa e lançada in natura no rio São Francisco”.
A
Agência Municipal de Meio Ambiente de Petrolina (AMMA) entrou com uma ação
contra a Compesa e a empresa foi multada em um milhão de reais por jogar esgoto
no rio sem tratamento. O diretor regional da companhia, Igor Galindo, diz
que a empresa recorreu da decisão judicial por acreditar que isso é
uma inverdade e disse que quem joga o esgoto no rio é a Prefeitura e não
Compesa.
Segundo Galindo,
a companhia fez a sua parte com a construção do sistema Vitoria
em Petrolina e poderá ser a primeira cidade 100% saneada de
Pernambuco. A obra começou em dezembro de 2011 e está orçada em R$ 65 milhões,
com recursos obtidos em convênio com a Companhia de Desenvolvimento do Vale do
São Francisco (Codevasf), via Ministério da Integração Nacional. O serviço
prevê a ampliação da rede de esgoto e construção de novas unidades de
tratamento. “Duas estações de tratamento de esgoto serão ampliadas.
Espera-se finalizar até o final deste ano”, observa Galindo.
Já
cidade de Juazeiro a situação não é diferente, segundo a técnica do meio
ambiente do SAAE, Thais Lima, ainda não tem previsão de acabar com o esgoto
jogado in natura o rio. Nesse sentido tem desenvolvido ações educativas.
"Outra ação será a construção de elevatórias e de melhor controle da
qualidade da água que chega às torneiras do consumidor, mas ainda sem prazo
para a construção", afirma Thais.
Várias
organizações não governamentais lutam pela preservação do rio, como é o caso do
Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA). Erika
Daiane, que atua na área de comunicação desta organização, fala dos
desafios na preservação do Velho Chico. “Fazemos eventos para
conscientização, como o dia do Rio São Francisco, para que a
população, que não está muito engajada, entre nesta causa. Mas não devemos
só lembrar do rio nesta data e sim sempre, com uma ação continuada para gerarmos multiplicadores
em defesa do rio”, conclui Erika Daiane.
Produção: Christyanne
Caldas, Etelvir Santos, Jorge Luis
Foto
e vídeo: Christyannne Caldas
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